A EnsinoIP na Conferência W3C WebBr2015

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A EnsinoIP participou nos dias 22 e 23 de setembro da Conferência W3C WebBr2015 no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo com o objetivo de acompanhar as tendências tecnológicas na área de web e programação.

A EnsinoIP na Conferência W3C WebBr2015

A EnsinoIP na Conferência W3C WebBr2015

De acordo com Guilherme Pastorelli – Professor e Supervisor de Educação Tecnológica da EnsinoIP e Renato Bongiorno da Bongiornoweb – empresa parceira no fornecimento de soluções web e marketing digital para EnsinoIP o evento foi além de conhecimentos técnicos.


Tivemos uma visão não só de novas tecnologias, mas também de problemas vivenciados no mundo real, e que se encontram presentes também no mundo virtual, como acessibilidade, privacidade, problemas sociais e problemas governamentais.


Guilherme Pastorelli e Renato Bongiorno na WebBr2015

Guilherme Pastorelli e Renato Bongiorno na WebBr2015

O evento, muito bem estruturado e organizado, contou com uma proposta de integração e sociabilização. Dentre as formas de “quebrar o gelo” – principalmente em eventos de tecnologia – um painel com diversas “criaturinhas simpáticas” podiam ser coloridas pelos participantes, o que na certa, foi uma diversão e tanto!

Venha colorir essa galera!

Venha colorir essa galera!

Um palco 360º com 4 palestras simultâneas também foi uma das grandes atrações.

Nada de salas reservadas para palestrantes. Lá estávamos todos juntos, e, para acompanhar as palestras, bastava sintonizar no headset o canal de transmissão e aproveitar o conteúdo.

Palco 360º com 4 palestras simultâneas

Palco 360º com 4 palestras simultâneas

Essa foi uma forma de inteligente de fazer com que os participantes, caso não tivessem tendo interesse no assunto abordado, se levantasse e mudasse de posição para acompanhar a outra palestra, sem ficar receoso de pensar “será que não vai ficar chato sair no meio”…

Na abertura, Vagner Diniz, um dos principais organizadores do evento, disse uma frase impactante e que deveria ser repetida por todos – principalmente pelas empresas – que querem realmente construir algo de valor ao lado de pessoas:


“Sem as ideias e opiniões de vocês, essa conferência não seria possível..”


E a partir daí, surgiram muitas ideias para criamos uma web para um mundo melhor.

Vamos Re-descentralizar a Web!

Este ano o tema principal foi a “Re-descentralização da Web”, que resumidamente significa:


Seja o dono dos seus dados e tenha controle do que você quer ou não que as empresas façam com eles. Como disse o palestrante Andrei Sambra do W3C internacional: Your data is yours – Os seus dados, são seus!


Tudo isso envolve mais do que questões de privacidade de dados, mas sim a conscientização de que serviços muitas vezes vendidos como “gratuitos” na verdade são pagos com informações valiosíssimas que dinheiro nenhum é capaz de comprar. Sua identidade.

Vamos Re-descentralizar a Web!

Vamos Re-descentralizar a Web!

Se você está se perguntando que serviços são estes, isso é fácil de responder apenas com 02 exemplos utilizados por pessoas do mundo todo: Google e Facebook.

Outro assunto polêmico que abordado na palestra de Adrian Hope-Bailie da Ripple Labs foi:


“Por que precisamos ter sempre um intermediador nos pagamentos online? Sendo que normalmente este intermediador cobra taxas abusivas para realizar as transações de pagamento.


A proposta sugerida por Adrian é que realizar um pagamento online deveria ser tão simples quanto enviar e responder a um e-mail, sem que precisássemos da intervenção de bancos e muitas vezes de órgãos governamentais.


Como a web pode contribuir para cidadania

A webcidadania, é um dos assuntos que nos dias atuais tem uma grande importância para o cidadão, porém poucos conhecem e não imaginam o quanto podem contribuir para melhorias utilizando a web.

Infelizmente, ainda é pouco divulgada nos grandes veículos de comunicação, sua utilidade é enorme. Ministrado por Thiago Rondon, Marcio Vasconcelos, Ariel Kogan e Fernanda Campagnucci, essa palestra tinha como objetivo mostrar a importância da web para contribuir para a cidadania.

Eu Voto São Paulo – http://euvoto.org/

Eu Voto São Paulo – http://euvoto.org/

Diversas ferramentas e ideias foram explanadas, entre elas uma ferramenta que merece um grande destaque é a Eu Voto São Paulo – http://euvoto.org/ que é uma ferramenta que permite aos paulistanos opinarem sobre os projetos de lei em tramitação na Câmara Municipal de São Paulo, a ferramenta em si é excelente para sabermos o que está sendo feito por aqueles que elegemos, tudo isso pode contribuir bastante na hora de eleger a pessoa certa para lutar por nossos direitos de cidadão.

Discussões Técnicas

Dentre as palestras técnicas assistidas, assuntos como as diferenças entre os Frameworks de Desenvolvimento web, muito bem explicados e de forma divertida pela Hanneli Tavante, fazendo um paradoxo com o jogo “Pokemon” para explicar as vantagens e desvantagens e quando utilizar ou não utilizar cada Framework.

Outra palestra muito interessante foi realizada por Newton Calegari e Deblyn Prado do NIC.br, intitulada – “Time de desenvolvimento: trabalhando em equipe sem matar o coleguinha”.

Ambos mostraram ferramentas e metodologias de projeto que fizeram com que designers e programadores do NIC.br conseguissem reformular os portais do NIC.br em harmonia.


Web Semântica e Dados Abertos

Um tema que, apesar de muito discutido por equipes técnicas da área de gerenciamento de dados, programação e web, ainda é pouco conhecido pela sociedade civil – a importância dos Dados Abertos – principalmente na área governamental.

Nas palestras – Dados Abertos e Web Semântica na Pratica e Boas Práticas para Dados na Web, os maiores especialistas da área deram sua visão sobre o que são dados abertos, qual a importância, as dificuldades e os desafios encontrados para normalização dos dados na web, além de exemplos do que já está sendo feito e de iniciativas para que empresas e governos tornem suas bases de dados abertas para que desenvolvedores possam reutilizar estes dados com a finalidade de desenvolver soluções que ajudem a sociedade civil e a corporações a tomarem melhores decisões.

Mas, afinal, o que são “Dados Abertos”?


Resumidamente, dados abertos correspondem a informações – como por exemplo, dados governamentais – disponíveis na web e que qualquer pessoa possa utilizar, reutilizar e distribuir livremente. Um “dado aberto” é um dado que pode ser compreendido por humanos e por máquinas.


Para se tem um bom exemplo e tornar o entendimento mais fácil, acesse o site – http://gastospublicos.com.br/ – e veja uma aplicação que demonstra como o dinheiro público está sendo aplicado no Brasil.

Tudo isso, foi desenvolvido com os dados abertos governamentais.


Angular 2 e o futuro do desenvolvimento do Front-end

Acompanhamos também a palestra ministrada por Ciro Nunes, front-end engineer da Questrade, sobre o framework open source que é mantido pela Google, o Angular 2.

Foi uma grande palestra repleta de inovações e dirigida de forma muito objetiva com enfoque em mostrar toda a funcionalidade e facilidade em desenvolver novas aplicações web. O Angular 2 possui uma abordagem diretamente ligada ao HTML, isso ajuda e facilita demais para quem já desenvolve páginas da web, aplicando o HTML e CSS.


Fazendo as pazes com o CSS

Ministrada por Talita Pagani, da UFSCar. A palestra mostrou resultados e ideias excelentes ao utilizar o CSS, uma vez que muitos desenvolvedores possuem muitas dificuldades ao trabalhar com o CSS.

As estratégias apresentadas por Talita Pagani, foram excelentes para compreender melhor e facilitar bastante ao desenvolver para a web. Inclusive, todas essas estratégias que conhecemos, podem ser aproveitadas para utilizar nas capacitações com os professores no material de desenvolvimento web do 9º Ano, facilitando na compreensão, análise e desenvolvimento dos projetos propostos no material, com isso irá enriquecer cada vez mais aos alunos.


Universalidade e Acessibilidade

Universalidade e Acessibilidade

Universalidade e Acessibilidade

Talvez, um dos momentos mais marcantes na Conferência WebBr2015 foi a conscientização da importância de que:


“Todos no mundo têm o direito do acesso à Internet. A Internet deve ser Universal.”


Sunil Abraham da Índia e Lêda Spelta do Brasil, mostraram que, as dificuldades de acesso à Internet ainda é um problema universal.

Sunil nos mostrou que o problema da má formação de profissionais técnicos em seu país ocorre devido a falta de educação tecnológica nas escolas desde a infância. Disse que lá, os jovens são treinados apenas para serem “operadores de computadores” e não como “criadores de solução”.


Lêda, que é deficiente visual, deu uma palestra emocionante. Mostrou que, o mesmo discurso sobre os problemas de acessibilidade que encontra na web vem sendo repetido em eventos e palestras há 14 anos, e que infelizmente, continua sem evolução.


As dificuldades encontradas por deficientes visuais ao navegarem na web continuam as mesmas de tantos anos – falta de padronização na codificação para deixar o site legível aos leitores de tela, falta de incentivo das empresas privadas em darem a devida importância e exigirem de seus desenvolvedores que se capacitem e tornem seus sites acessíveis foram apenas um dos “desabafos” feitos por Lêda.

Para quem não conhece, vale a pena assistir ao vídeo produzido pela Lêda em 2011 – Acessibilidade web: Custo ou Benefício.

Infelizmente os problemas mostrados neste vídeo, continuam valendo para os dias de hoje.


Lêda propôs ao W3C uma forma para “começar” a dar um passo a favor para solução do problema da acessibilidade na web. O texto abaixo corresponde a proposta exibida em seus slides do WebBr2015.


Educação

A inclusão da disciplina obrigatória de “Universalidade da Internet” nos currículos de todos os cursos de formação de profissionais que trabalham com Internet.

Tal disciplina deve aprofundar o conceito de universalidade e ensinar as técnicas de acessibilidade. Esta iniciativa se justifica também pelos frequentes casos de abuso e discriminação, ocorridos através da Internet.


Alguns dados sobre a falta de acessibilidade impressionaram a todos, como:


Menos de 7% dos sites governamentais no Brasil contam com acessibilidade e segundo a ONU, o Brasil ainda trata pessoa com deficiência como doente.


Para encerrar, compartilho um poema que a Lêda nos presenteou em um de seus slides. Leia, reflita e tome uma atitude.



“Primeiro levaram os negros, Mas não me importei com isso.
Eu não era negro.

Em seguida levaram alguns operários,Mas não me importei com isso
Eu também não era operário.

Depois prenderam os miseráveis, Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável.

Depois agarraram uns desempregados, Mas como tenho meu emprego
Também não me importei.

Agora estão me levando, Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.”

Bertold Brecht (1898-1956)

Fonte: http://www.editora-opcao.com.br/ada347.htm


Autores do Post:

Renato Bongiorno Renato Bongiorno – Analista de Social Media & Web Designer. Professor de Tecnologia Web e Palestrante.

Renato Bongiorno – contato@bongiornoweb.com.br



Guilherme Pastorelli Guilherme Pastorelli – Supervisor Técnico de Informática na EnsinoIP.

Guilherme Pastorelli – guilherme@ensinoip.com.br


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Posted in Educação, Projetos EnsinoIP.