Diariamente, ouço de pais e educadores dizendo que é absolutamente desnecessário ensinar tecnologia para crianças e adolescentes pois…
ELES JÁ “SABEM TUDO”!
Isso não é verdade.
Pois é, esta é a proposta deste artigo:
Você acredita que seu filho sabe tudo de tecnologia? Leia este artigo.
Desconstruir esta “verdade absoluta” propagada de forma rasa e levando em conta uma parte do uso da tecnologia.
A experiência de mais de 18 anos em educação tecnológica e a convivência com crianças e adolescentes me permite garantir:
“Muitos deles sentiram dificuldade em fazer coisas básicas como formatar adequadamente um texto, armazenar arquivos em nuvem ou criar uma apresentação interativa.”
As crianças tem facilidade em aprender mas não significa que já saibam tudo. Se você lhes der um aparelho eletrônico como uma Smart TV, por exemplo, certamente eles aprenderão de forma rápida como utilizá-la. Isso porque usam a intuição e a tecnologia é desenvolvida para ser intuitiva.
Minha filha de 8 anos acessa o Youtube na televisão ou no celular mas não sabe criar um arquivo no editor de texto. Ela não tem aulas de tecnologia aplicada na escola tampouco a ensinamos em casa.
As crianças tem facilidade em aprender mas não significa que já saibam tudo.
Como mencionei a questão “uso intuitivo”, você pode argumentar que a maioria dos softwares de mercado utilizam a interface intuitiva. Sim, isso é verdade.
Mas o que motivaria minha filha a querer utilizar o editor de texto, por exemplo?
A resposta é: um disparador de engajamento. O ponto é inserir a criança em uma situação problema e fazer da ferramenta uma forma de solucioná-lo.
Desta forma, se você der alguns passos a esta criança, ensinar-lhe o básico, ela certamente vai se aprofundar e logo saberá mais do que você.
Mas para isso, como disse, é preciso levá-lo a reconhecer a necessidade de aprender, dar os primeiros passos, engajar seu aprendizado direcionando para algo útil e interessante. A partir daí existirá um processo de aprendizado efetivo da tecnologia.
Outro aspecto importante e que confunde os pais é o fato de que eles passam grande parte do tempo com os olhinhos fixados na tela do celular, tablet ou computador.
Ocorre que, salvas algumas exceções, estas crianças estão nas redes sociais, jogando, assistindo algum conteúdo ou fazendo downloads de material pirateado. Pois é, eles não estão produzindo absolutamente nada.
Atualmente, saber utilizar adequadamente ferramentas básicas do computador como editores de textos, planilhas de cálculo, editor de imagens e vídeos, armazenar conteúdo em nuvem, entre outros, não é mais um diferencial de formação, mas sim um pré requisito no mercado de trabalho.
Outro aspecto importante e que confunde os pais é o fato de que eles passam grande parte do tempo com os olhinhos fixados na tela do celular, tablet ou computador.
Portanto, é importante inserir no processo de aprendizagem do aluno oportunidade de conhecer tais ferramentas, avaliar sua utilidade e fazer com que ele seja capaz de aplicá-la de forma positiva.
Infelizmente muitas escolas ainda não se voltaram para essa necessidade e entregam tablets aos alunos em aulas exporádicas ou os levam ao laboratório para a milésima pesquisa do ano e dizem que empregam a tecnologia no cotidiano escolar. O discurso é o mesmo: “Eles já sabem tudo!”
Isso não é verdade e o que tenho acompanhado nos últimos anos são iniciativas muito superficiais que geram pouco ou nenhum impacto na formação destes alunos.
E a Educação Digital? Ou seja, aprender a usar de forma ética e segura para si e para os outros?
A necessidade é urgente mas muito pouco é feito.
Confesso, isso me causa uma angústia.
Aliás este post foi escrito logo após ouvir de uma coordenadora pedagógica que os alunos “já sabem tudo de tecnologia”, dando a eles mais superpoderes do que já imaginam que possuem.
Sabem sim e inclusive postam fotos vexatórias de amigos na web mas sofreram ao desenvolver o layout bacana de um blog educativo e nunca haviam ouvido falar em Prezi, Scratch, ou outras ferramentas tão ricas e úteis.
Mas isso é assunto para um outro post…
Autora do Post:
Andréa Angelis – Mãe e Diretora Educacional da EnsinoIP. Fundadora da empresa há mais de 16 anos.
Andrea Angelis – andrea@ensinoip.com.br
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